Nathali Rego

Graduanda e pesquisadora da Geografia na UFBA

Me chamo Nathali, sou estudante de Geografia da UFBA. Já fiz parte de programas como PIBID, na elaboração de materiais didáticos, no PIBIC, SIHS e IBGE na área de geoprocessamento, além de exercer monitoria de Cartografia I no próprio curso, educação ambiental no Palacete das Artes e aplicação de atividades avaliativas no Colégio Anchieta. Atualmente, no Permanecer, juntamente com o Grupo Colapso, estou realizando pesquisas sobre as couraças ferruginosas do Grupo Barreiras e sua relação com a evolução da paisagem no setor sul da APA Litoral Norte, no Estado da Bahia.

O primeiro vestibular que prestei na UFBA foi para Medicina. Nunca olhei o resultado, mas, de uma coisa eu tive certeza, após chegar nesse dia em casa, cortar meu dedo e desmaiar: que isso não era pra mim (risos)!

Após este triste ou feliz ocorrido, comecei a estagiar numa consultoria ambiental que prospectava recursos junto ao banco pra agricultores através de relatórios que consistiam em demonstrar os aspectos fisiográficos e econômicos que se enquadrariam para as exigências que o banco faria, características que poderiam dar retorno ao empréstimo que seria concedido. Aqueles relatórios, cheios de mapas de solo com suas análises, me enchiam os olhos, embora não passassem de um Ctrl+C e um Ctrl+V. Neles, não era dado o devido cuidado no levantamento das informações, se tornando num mero instrumento de fazer dinheiro à consultoria e ao banco, caso o agricultor não conseguisse dar um retorno com a produção.

Um dia, abri o armário e vi vários livros de Pedologia, amor à primeira vista, isso existe. Imediatamente procurei um curso em que se ensinava Pedologia já que era ano novamente de ENEM/vestibular (a primeira fase era o ENEM e a segunda a prova da própria universidade). Vi que na Geografia isso seria possível.

Depois de ingressar no curso, vários altos e baixos na graduação, fruto das adversidades da vida e, finalmente tive o prazer de começar a cursar Pedologia. A priori, me senti desencorajada. No entanto, desde o surgimento do grupo Colapso, com professores engajados na Geografia, tive a grande chance de fazer parte de uma pesquisa com temas que aprecio e aprendo todo o dia: evolução da paisagem, solo e cartografia.

A Geografia pra muitos serve pra fazer guerra. Pra mim, vai muito mais além, pois, até mesmo antes de se produzir a guerra, necessita-se do entendimento da relação entre o homem/natureza numa abordagem multiescalar. A guerra é só uma das consequências dessa complexidade, porém, necessitamos mesmo é da paz. Produzir paz com a Geografia significa que através dela poderemos almejar manter o equilíbrio nessa relação que a cada tempo se torna mais conflituosa.